Palestra sobre suicídio reúne mais de 120 pessoas

Participaram alunos, professores e servidores públicos

Na manhã desta quinta-feira (21), a Secretaria de Assistência Social, em parceria com a Secretaria de Saúde e apoio da Administração Municipal de Belmonte, promoveu uma palestra com o psicólogo e suicidólogo Abel Petter. A ação foi referente ao Setembro Amarelo, mês de Prevenção ao Suicídio.

Na oportunidade, mais de 120 pessoas, entre alunos da rede estadual de ensino, já na fase adolescente, professores, servidores públicos de vários setores, acompanharam o evento, que teve a participação das crianças que frequentam o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), que apresentaram uma peça com referência ao tema, pronunciamentos e, logo depois a palestra Petter.

O ato

O suicídio pode ser definido como um ato deliberado executado pelo próprio indivíduo, cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, usando um meio que acredita ser letal. Também fazem parte do que habitualmente é chamado de comportamento suicida: os pensamentos, os planos e a tentativa de suicídio.

É um comportamento com determinantes multifatoriais, resultado de uma complexa interação de fatores psicológicos e biológicos, inclusive genéticos, culturais e socioambientais. Dessa forma, deve ser considerado como o desfecho de uma série de fatores que se acumulam na história do indivíduo, não podendo ser considerado de forma causal e simplista apenas a determinados acontecimentos pontuais da vida do sujeito. É a consequência final de um processo.

No Brasil

São registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão*, seguida do transtorno bipolar e do abuso de substâncias. Com esses números, o suicídio encontra-se entre as três principais causas de morte em indivíduos com idade entre 15 e 29 anos no mundo.

Principais sinais de depressão:

– tristeza profunda;

– distúrbios do sono;

– pensamentos negativos;

– desinteresse e apatia;

– baixa autoestima;

– desleixo com a aparência;

– dores físicas;

– rejeição;

– irritabilidade;

– choro frequente;

– falta de vontade de fazer atividades simples;

– mudanças comportamentais bruscas;

– rejeição a determinados assuntos.

Diversos fatores podem impedir a detecção precoce e, consequentemente, a prevenção do suicídio. O estigma e o tabu relacionados ao assunto são aspectos importantes. Durante séculos de nossa história, por razões religiosas, morais e culturais, o suicídio foi considerado um grande “pecado”, talvez o pior deles. Por esta razão, ainda temos medo e vergonha de falar abertamente sobre esse importante problema de saúde pública. Um tabu, arraigado em nossa cultura, por séculos, não desaparece sem o esforço de todos. Tal tabu, assim como a dificuldade em buscar ajuda, a falta de conhecimento e de atenção sobre o assunto por parte dos profissionais de saúde e a ideia errônea de que o comportamento suicida não é um evento frequente, condicionam barreiras para sua prevenção.

A prevenção do suicídio não se limita à rede de saúde, devendo ir além dela, sendo necessária a existência de medidas em diversos âmbitos na sociedade, que poderão colaborar para a diminuição das taxas de suicídio. A prevenção deve ser também um movimento que leve em consideração os aspectos biológico, psicológico, político, social e cultural, no qual o indivíduo é considerado como um todo em sua complexidade.